Memórias do 14 de Maio, por Osmir Costa

Existem coisas que marcam nossas vidas. E com certeza algo que é marcante para todo murbanense é o “14 de maio”.

Nesta data tenho uma avalanche de recordações, lembro da infância, da escola, dos amigos, do som da fanfarra, das competições esportivas, do show de calouros na praça, do desfile das escolas e de como era aguardado e festejado o aniversário de nossa cidade.

Quando se é criança, se ver as coisas de uma forma mais romântica. Esta data trazia consigo um ar de magia e um ritual de tradições, os preparativos começavam já no mês de março, quando as vagas na fanfarra começavam a ser disputadas, os que conseguiam fazer parte dela sentiam-se orgulhosos, os ensaios e o som ecoando pela pequena cidade eram o anuncio que começara o período de festejo.

Nas escolas os alunos começavam a ensaiar o hino nacional e o municipal, os professores trabalhavam em dobro para organizar o desfile e havia ainda as instruções para marchar.

Na semana do aniversário a pista era o local onde aconteciam as corridas de cavalo, nas ruas haviam corridas de pedestres; na quadra que hoje não existe mais aconteciam os torneios de futsal e o velho Ferreirão era palco de grandes jogos.

A cidade ficava movimentada, as pessoas deixavam a zona rural e vinham para também festejar. As barracas de camelôs se instalavam, o comercio ficava movimentado, depois de um tempo quando passei a trabalhar na loja do Piauí lá vi como esta data é importante para a economia do município, só há movimento semelhante no natal. O murbanense gosta de sair bem vestido nesta data.

Mas nada é tão marcante como a alvorada! Que não sei se ainda existe. Acordávamos no dia 14 ainda na madrugada, um caminhão percorrendo a cidade com pessoas batendo tambores.

Pela manhã a Rua Valério Caldas de Magalhães ficava pequena, acontecia o desfile das escolas e a comunidade toda vinha para assistir. E pergunto qual é o murbanense que nunca tirou uma foto marchando no dia 14?! E a noite para finalizar acontecia o show de calouros na praça.

São tradições e lembranças de um povo que ama sua terra! E como ouvi uma vez “em Manoel Urbano se for conversar e ver as origens de cada um, todos são parentes”. Como uma grande família que apesar de suas diferenças comemora e festeja junto sua história.

Parabéns a nós e a nossa cidade!

De família tradicional e fundadora da cidade, Osmir Costa é um típico e apaixonado murbanense de nascimento e de coração. Um murbanense que não nega suas origens.

Foto: Osmir Costa às margens do Purus, julho de 2009.