sexta-feira, 18 de maio de 2012

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Após o lançamento do Programa Brasil Carinhoso, feito pela presidente da República, Dilma Roussef, na ultima terça-feira, 15, o governo do Acre iniciou o planejamento, junto ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), dos procedimentos para a entrega do benefício que o programa levará para 12.800 famílias (com filhos de 0 a 6 anos) e de que maneira ele influenciará, principalmente, na reformulação no Pacto de Complementação do Bolsa Família no Estado.

O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira, 17, entre o diretor do Departamento de Benefícios da Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc), do MDS, Walter Emura, acompanhado do assessor Luciano Santos, e a subchefe da Casa Civil do governo do Acre, Nazareth Araújo, o secretario de Estado de Desenvolvimento Social (SEEDS), Antônio Torres, e a chefe da Proteção Social Básica da secretaria, Claudia Fooli.

O Acre, mesmo sendo o segundo Estado com menor PIB do país, foi pioneiro ao trabalhar com a transferência de renda, por meio do Adjunto da Solidariedade. O Estado atende dando contrapartida com a complementação de renda de 2.200 famílias inseridas no programa Bolsa Família. Com a responsabilidade social sendo uma das prioridades em sua política, o governo discute agora o benefício do Brasil Carinhoso, e de que maneira isso favorecerá para atuar na complementação do Bolsa Família.

O programa Brasil Carinhoso atenderá as famílias com filhos de 0 a 6 anos, e a proposta é que o Estado avance na faixa etária que vai de 7 a 15 anos. Mas o mais importante nesse processo é também discutir a realidade do Acre e suas peculiaridades.

“Temos conversado muito para construirmos de forma que o Estado possa se adequar à proposta do Ministério e que seja possível essa evolução, levando em consideração a realidade do estado e suas peculiaridades. Para transformar a vida dessas pessoas é preciso que uma realidade como a do Acre caiba na realidade do restante do Brasil. Durante a alagação, por exemplo, usamos o cartão da Defesa Civil que se aplicou bem em lugares como Santa Catarina, mas que no Acre precisou ser discutido, pois como você aplica recurso a um barqueiro? São casos como esses que mostram que os critérios não podem ser fechados e generalizados”, explica a sub-chefe da Casa Civil.
No que depender da Secretaria de Renda e Cidadania, segundo Emura, o diálogo está aberto. "Ficamos em Brasília tomando decisões em gabinetes, mas as mais importantes decisões estão na ponta. Tem realidade que não se aplica e precisa ser revista. Estamos com grande expectativa com esse pacto, e discutindo muito os detalhes da região Norte", comentou.
E para dar continuidade e avançar, a equipe da Senarc já agendou uma visita técnica ao Acre, nos dias 4 e 5 de junho, e uma outra reunião com secretários para o dia 25 do mesmo mês. Na pauta, além de cenários técnicos da Senarc, serão discutidos modelos de outros estados no serviço de monitoramento, que se unirão à proposta do Acre para ver qual a melhor dinâmica. No estado, a SEEDS trabalha um formato desenvolvido em parceria com a Diretoria de Modernização do Acre, que atua na Secretaria de Estado de Planejamento (Seplam).

“É importante definirmos e trabalharmos juntos nessa construção porque outras experiências nos mostram a necessidade de entender essas peculiaridades. Atualmente, por exemplo, estamos trabalhando com as comunidades indígenas para discutir novas formas para acesso aos benefícios, para isso chamamos quem trabalha com a saúde e a e educação indígena no estado. Cada população indígena tem sua forma de lidar com o dinheiro dos benefícios que recebem. Não podemos usar um único critério", comentou Torres.

Atualmente, cerca de 70 mil famílias do Acre são beneficiadas pelo programa Bolsa Família, isso representa 76% de cobertura.

O programa - O Programa Brasil Carinhoso tem como objetivo tirar da miséria crianças até seis anos, cuja renda familiar per capita seja inferior a R$ 70. Ele atua com três eixos: reforço da renda familiar, por meio do Bolsa Família, acesso a creches e ampliação da cobertura de saúde. De acordo com a presidente, o programa será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância no país.

O Brasil Carinhoso vai garantir renda mínima de R$ 70 per capita nas famílias extremamente pobres que tenham crianças nessa faixa etária, com foco no Norte e Nordeste. Essas regiões abrigam 78% dessas crianças. Além do acesso a creches, as crianças terão mais cobertura de saúde, com ações como controle de anemia e de carência de vitamina A e remédios gratuitos contra asma.

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