Vereadores prorrogam CPI criada há quatro meses, por mais quatro

Nesta sexta(13) os vereadores murbanenses aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentária do municipio, que embasa a LOA, Lei Orçamentária Anual de 2009. Entre projetos apresentados, requerimentos e discursos, um dos destaques da Sessão Legislativa, foi o requerimento de prorrogação do prazo para encerramento da CPI criada há exatamente quatro meses atrás, para mais quatro meses.

Para quem não lembra do episódio, essa CPI foi produzida a partir da entrega de documentos, que supostamente comprometem a administração do Prefeito Manoel da Silva Almeida. Estes, foram entregues por seu filho Jansen Negreiro de Almeida, após demitir-se do cargo de Secretário Municipal de Finanças "por não concordar com coisas erradas".

Além do que Jansen falou na tribuna da Câmara ao entregar os documentos, nada foi revelado até hoje, e o teor dos documentos continuam no mais sigiloso segredo, inclusive já foi acordado que o vereador, membro da CPI ou não, que comentar o conteúdo ou vasar informações, pode perder o mandato por quebra de decoro, assim relatou um dos vereadores.

A CPI, teve poucos trabalhos e só nas ultimas semanas, os mesmos foram intensificados por dois membros, os vereadores Charles Brandão - PT e Raimundo Toscano - PP, que montaram um QG da CPI numa sala na Prefeitura e passaram a vistoriar pastas com empenhos e documentos diversos, falam.

Para populares, a CPI teve e está em baixa, por dois motivos principais: O primeiro é que os dois vereadores considerados da oposição, Rubens Martins - PT e Cledson - PSOL, membros da CPI saíram da mesma. Não formalizaram o pedido de deserção da Comissão que teria o fim de analisar irregularidades na administração do Prefeito Manoel Almeida, mas especula-se que os mesmos saíram por considerar que a mesma não funcionava. O segundo motivo é que os vereadores que ficaram são considerados da base do Prefeito, que representa para grande parte da população crise de credibilidade.

Para o vereador Francisco Charles Brandão, relator da CPI, "a cpi está andando e estão analisando com muita prudência cada documento e que darão respostas ao povo acerca da comissão parlamentar de inquérito, criada para investigar indícios de corrupção em processos licitatórios e outros da municipalidade". Charles justifica a prorrogação de mais quatro meses de tempo para a CPI, "devido ao grande volume de documentos" o que impossibilitou o término da mesma no prazo proposto pela primeira resolução que criou a comissão. Afirma ainda o vereador que até o final de dezembro a Comissão estará ouvindo autoridades que consideram envolvidas em algum esquema de corrupção no executivo. Para Charles, tanto Rubens quanto Cledson ainda fazem parte da comissão. Semana passada o vereador Cledson afirmou que ainda não tinha formalizado o documento de desistência da comissão, mas hoje(15), Rubens Martins, disse que já assinaram esse documento, em virtude de um pedido do Ministério Público ao Presidente da Comissão, de informações a respeito do andamento dos trabalhos da CPI. As desistências tinham que ser documentadas com justificativas para encaminhar ao Promotor Flávio Bussab Della Líbera e isso foi feito, garante Rubens Martins.

Em quatro meses, ainda não foi apresentado nenhum relatório de trabalho da CPI.

A coisa anda meio complicada no legislativo de Manoel Urbano. As sessões acontecem uma vez a cada semana, toda sexta-feira, mas este ano, por 9 sextas-feiras não ocorreram sessões, 3 por feriados, afirma um vereador. Numa sentença matemática simples é possível dizer que temos dois meses e uma semana sem reuniões para trabalhos no Legislativo murbanense. O Regimento Interno da casa, já anuncia para 28 de novembro recesso legislativo que durará até o 28 de fevereiro. Os vereadores possuem legalmente Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Julho de recesso, mas se considerarmos as faltas nas Sessões, este ano, temos mais dois meses. Faça a soma leitor!

Na sessão de sexta-feira, em discurso curto e direto o Vereador Valdison Bezerra Maciano (foto acima), após reclamar do abandono administrativo que está Manoel Urbano, afinou o discurso oposicionista, "já demos tempo demais, e nada foi feito! Um ano é muito tempo pra não fazer nada! Por mim, cassava logo!", vociferou o vereador do DEMOCRATAS, relatando a falta de água, de rede elétrica e pavimentação nas ruas do Bairro da Pista.

Pelo que se ver nos discursos dos vereadores a coisa anda difícil nos meandros do poder murbanense. Veja algumas opiniões de vereadores na sessão de sexta.

"As ruas só tem um buraco, do início ao fim... é pior que andar em cima de cachos de coco". (Toscano - PP). Clamou pelo Secretário de Obras Chiquinho do Brasil...

"As pessoas de fora, dão mais atenção à cidade do que o Prefeito. Assuma o compromisso que fez diante da juíza e dos vereadores Prefeito!" (Selma - PT). Sobre a reforma do quartel da PM, onde será instalado o 190, prometida a mais de um mês pelo Prefeito Manoel Almeida.

"Quem paga o preço das irresponsabilidades da administração, somos nós(vereadores)"(Rubens Martins - PT). Rubens Martins, ainda reconheceu na tribuna da Câmara o prestígio do Purus Online por está ajudando Manoel Urbano com matérias propositivas.