A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) realizou na noite da última quinta-feira, 20, uma Audiência Pública para discutir os principais problemas de Manoel Urbano. O evento, que foi realizado no Centro de Cultura e Florestania do município, reuniu, além de oito deputados estaduais, o prefeito Ale Araújo, vereadores e representantes de vários segmentos da sociedade organizada.
Os moradores tiveram mais de uma hora de tempo para apresentar suas reivindicações e reclamações. Os deputados estaduais Moisés Diniz (PC do B), Jamyl Asfury (PEN), Denilson Segóvia (PEN), Éber Machado (PSD), Chagas Romão (PMDB), Jonas Lima (PT), Eduardo Farias (PC do B) e Major Rocha (PSDB), ouviram atentamente os relatos.
Entre outras coisas, os moradores reclamaram da má conservação dos ramais, sob responsabilidade do Deracre, por força de convênio com o Incra. João Pinatti, agricultor do projeto de assentamento Castelinho, disse que os colonos tiveram que fazer uma “vaquinha” para comprar diesel e reparar um ramal. “Gastamos 25 litros de óleo por quilômetro. O Deracre gasta 250 litros por km”, acusou Pinatti.
As críticas também avançaram sobre a zona urbana, por problemas com o programa Ruas do Povo e falta de um núcleo da UFAC no município. “Nossos jovens que têm condições mudam para Rio Branco e, longe da família, acabam sendo envolvidos em caminhos que não estavam em nossas previsões”, comentou o jovem Thiago, do Conselho Tutelar de Manoel Urbano.
“Nossos filhos estão andando até 6 km na lama para chegar à escola”, reclamou Marta Milena, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Manoel Urbano. “Peçam para que o governo olhe por nós, Talvez ele escute vocês”, apelou Marta.
Os deputados reagiram emocionados. “Ainda bem que vocês vieram aqui para nos alertar, pois tem gente que acha que não adianta vir, mas aqui vocês têm uma janela aberta”, disse o deputado Denílson Segóvia (PEN).
Seu colega deputado Éber Machado (PSDC) lembrou que tem um projeto de sua autoria que prevê a criação da Universidade Estadual do Acre, que dever ter um campus em cada município. “Aqui os senhores são a autoridade, cobram para que façamos o nosso trabalho”, disse.
O deputado Chagas Romão (PMDB) comparou a situação de Manoel Urbano com a de Xapuri. “Lá na minha cidade um dia destes o paciente tinha que entrar no hospital de guarda chuva”, afirmou.
Para o deputado Jonas Lima (PT), o encontro foi importante para ouvir a comunidade buscar alternativas para melhorar a qualidade de vida da população.
O deputado Eduardo Farias (PC do B), neto do fundador da cidade, Jacinto Ferreira Lima, lembrou que toda a transformação do Estado nos últimos 14 anos são pode ser posta em dúvida por uma cantilena de discursos fáceis. “Aqui nem avião descia, atolava na pista”, lembrou Eduardo Farias.
Para o deputado Major Rocha (PSDB) é incompreensível que uma estrada federal como a que serve Manoel Urbano não suporte o peso de uma carreta, assim como as ruas da cidade desapareçam com as chuvas. “Os carros quase atolam no centro da cidade”, disse.
O deputado Jamyl Asfury (PEN) garantiu aos participantes que vai levar as queixas pessoalmente ao governador Tião Viana. “Tenho certeza que o governador não compactua com o comportamento dos secretários e outros funcionários citados aqui”, disse ele.
Finalizando a audiência, o deputado Moisés Diniz disse que a importância do evento se deu justamente pela participação de partidos de oposição e da base do Governo. “Esta é a democracia que conquistamos com muita luta”, ressaltou. Ele anunciou que já na próxima semana encaminhará um relatório da audiência ao governador Tião Viana e, em 90 dias, trará a resposta para os moradores.
Texto: Agencia Aleac
Fotos: Purus On Line
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