Após o lançamento do Programa Brasil Carinhoso,  feito pela  
presidente da República, Dilma Roussef, na ultima  terça-feira, 15, o  
governo do Acre iniciou o planejamento, junto ao  Ministério de  
Desenvolvimento Social (MDS), dos procedimentos para a  entrega do  
benefício que o programa levará para 12.800 famílias (com  filhos de 0 a
  6 anos) e de que maneira ele influenciará,  principalmente, na  
reformulação no Pacto de Complementação do Bolsa  Família no Estado.
O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira,  17, entre o  
diretor do Departamento de Benefícios da Secretaria Nacional  de Renda e
  Cidadania (Senarc), do MDS, Walter Emura, acompanhado do  assessor  
Luciano Santos, e a subchefe da Casa Civil do governo do Acre,  Nazareth
  Araújo, o secretario de Estado de Desenvolvimento Social  (SEEDS),  
Antônio Torres, e a chefe da Proteção Social Básica da  secretaria,  
Claudia Fooli.
O Acre, mesmo sendo o segundo Estado com  menor PIB  do país, foi 
pioneiro ao trabalhar com a transferência de  renda, por  meio do 
Adjunto da Solidariedade. O Estado atende dando  contrapartida  com a 
complementação de renda de 2.200 famílias inseridas  no programa  Bolsa 
Família. Com a responsabilidade social sendo uma das  prioridades  em 
sua política, o governo discute agora o benefício do  Brasil  Carinhoso,
 e de que maneira isso favorecerá para atuar na   complementação do 
Bolsa Família.
O programa Brasil Carinhoso atenderá as famílias  com filhos de 0 a 6
  anos, e a proposta é que o Estado avance na faixa  etária que vai de 7
 a  15 anos. Mas o mais importante nesse processo é  também discutir a  
realidade do Acre e suas peculiaridades.
“Temos  conversado muito para  construirmos de forma que o Estado 
possa se  adequar à proposta do  Ministério e que seja possível essa 
evolução,  levando em consideração a  realidade do estado e suas 
peculiaridades.  Para transformar a vida  dessas pessoas é preciso que 
uma realidade como a  do Acre caiba na  realidade do restante do Brasil.
 Durante a alagação,  por exemplo,  usamos o cartão da Defesa Civil que 
se aplicou bem em  lugares como  Santa Catarina, mas que no Acre 
precisou ser discutido,  pois como você  aplica recurso a um barqueiro? 
São casos como esses que  mostram que os  critérios não podem ser 
fechados e generalizados”, explica a sub-chefe  da Casa Civil.
No que depender da Secretaria de  Renda e Cidadania,  segundo Emura, o
 diálogo está aberto. "Ficamos em  Brasília tomando  decisões em 
gabinetes, mas as mais importantes decisões  estão na ponta.  Tem 
realidade que não se aplica e precisa ser revista.  Estamos com  grande 
expectativa com esse pacto, e discutindo muito os  detalhes da  região 
Norte", comentou.
E para dar continuidade e avançar, a equipe da  Senarc já agendou uma
  visita técnica ao Acre, nos dias 4 e 5 de junho, e  uma outra reunião 
 com secretários para o dia 25 do mesmo mês. Na pauta,  além de cenários
  técnicos da Senarc, serão discutidos modelos de outros  estados no  
serviço de monitoramento, que se unirão à proposta do Acre  para ver  
qual a melhor dinâmica. No estado, a SEEDS trabalha um formato   
desenvolvido em parceria com a Diretoria de Modernização do Acre, que   
atua na Secretaria de Estado de Planejamento (Seplam).
“É importante definirmos e trabalharmos juntos  nessa construção  
porque outras experiências nos mostram a necessidade de  entender essas 
 peculiaridades. Atualmente, por exemplo, estamos  trabalhando com as  
comunidades indígenas para discutir novas formas para  acesso aos  
benefícios, para isso chamamos quem trabalha com a saúde e a  e educação
  indígena no estado. Cada população indígena tem sua forma de  lidar 
com  o dinheiro dos benefícios que recebem. Não podemos usar um  único  
critério", comentou Torres.
Atualmente, cerca de 70 mil famílias do Acre são beneficiadas pelo programa Bolsa Família, isso representa 76% de cobertura.
O programa - O Programa Brasil  Carinhoso tem como 
objetivo  tirar da miséria crianças até seis anos,  cuja renda familiar 
per capita  seja inferior a R$ 70. Ele atua com três  eixos: reforço da 
renda  familiar, por meio do Bolsa Família, acesso a  creches e 
ampliação da  cobertura de saúde. De acordo com a presidente, o  
programa será a mais  importante ação de combate à pobreza absoluta na  
primeira infância no  país.
O Brasil Carinhoso vai garantir renda  mínima de R$ 70 per capita
 nas famílias extremamente pobres que tenham  crianças nessa faixa  
etária, com foco no Norte e Nordeste. Essas regiões  abrigam 78% dessas 
 crianças. Além do acesso a creches, as crianças  terão mais cobertura 
de  saúde, com ações como controle de anemia e de  carência de vitamina A
 e  remédios gratuitos contra asma.